Bruxelas: Grand Place


Sábado, 14 de setembro de 2013


Depois do Manneken Pis, fomos almoçar no Nüetnigenough, restaurante de nome impronunciável que ficava ali por perto e tinha ótimos comentários no Trip Advisor.

O lugar era pequeno e movimentado, e fomos atendidos por uma frenética, porém simpática, funcionária que, apesar de operar múltiplas funções, logo nos arrumou uma mesa e uns petiscos de entrada, que foram prontamente combinados com algumas das irresistíveis cervejas locais. É possível que este almoço tenha sido o melhor de toda a viagem e por isso vale a menção.

Depois de almoçar muito satisfatoriamente, fomos caminhando, nos esquivando da chuva, até a Grand Place.


Foto: Arredores da Grand Place em Bruxelas.


A Grand Place de Bruxelas é facilmente reconhecida pelas lindas fotos de um evento chamado "Carpete de Flores", organizado bienalmente no mês de agosto, em que milhares de begônias são organizadas na praça formando uma espécie de tapete e oportunizando um cenário especialmente colorido nos dias ensolarados.

Mas aquele dia não era de um ano de Carpete de Flores, não era mês de agosto e o sol não deu as caras em nenhum instante — muito pelo contrário. Ainda assim o lugar impressionava, e mesmo antes de chegar à praça uma exótica construção atraiu nossos olhares.

Era a torre principal da prefeitura da cidade, ou do hôtel de ville, como é denominado o prédio público no idioma francês.


Foto: A torre do Hôtel de Ville de Bruxelas vista no trajeto até a Grand Place.


Com 96 m de altura, essa torre medieval de estilo gótico foi finalizada no ano de 1455, cerca de meio século depois que teve início a construção da ala leste do prédio, sua parte mais antiga.


Foto: Detalhe da intrincada torre da prefeitura.


O prédio da Prefeitura de Bruxelas era um lembrete do período próspero que viveu a cidade no Séc. XV, promovido principalmente pelo comércio de tecidos.


Foto: Fachada principal da Prefeitura de Bruxelas, principal prédio da Grand Place.


Um dos tipos de alegoria que decoravam o prédio da prefeitura e que mais chamavam a atenção eram as esculturas, que retratavam figuras de santos, da antiga nobreza bruxelense e outros personagens.


Foto: Fachada leste do prédio da Prefeitura de Bruxelas.


Assim como outras obras de grande valor histórico, as estátuas expostas eram réplicas das originais, que haviam sido guardadas em um museu, protegidas da ação do tempo.


Foto: Mistura arquitetônica característica do prédio da Prefeitura de Bruxelas.


A Grande Place foi quase totalmente destruída no bombardeamento de 1695, durante a Guerra dos Nove Anos. Entre os poucos edifícios que restaram inteiros estava a torre da prefeitura, propositalmente preservada para ser utilizada como ponto de referência para os bombardeios franceses.


Foto: Detalhe das estátuas que decoram o Hôtel de Ville de Bruxelas.


É claro que, devido a destruição causada pelos tempos de guerra, entre outros fatores, diversas reconstruções, restaurações, melhorias e extensões foram realizadas durante os anos até que os prédios da praça chegassem naquelas configurações que vimos em 2013.

Do outro lado da praça, outra construção também se distinguia das demais por sua decoração rebuscada.


Foto: Fachada do prédio do Museu da Cidade de Bruxelas.


O prédio, que abrigava o Museu da Cidade de Bruxelas, teria sido construído pelo Duque de Brabant cerca de um século depois daquele da prefeitura, com o objetivo de contrapô-lo em requinte e opulência.


Foto: A torre do prédio construído pelo Duque de Brabant.


Outro elemento arquitetônico em destaque na Grand Place eram as "casas das guildas".


Foto: Maison de la Chaloupe d'Or, que um dia foi a casa da corporação dos alfaiates de Bruxelas.


As guildas eram corporações de comerciantes e artesãos que controlavam a economia no final da idade média e início da era moderna. Cada guilda agrupava profissionais com características artísticas ou comerciais comuns, quase sempre com o objetivo de tomar decisões que fossem de encontro aos interesses coletivos.


Foto: Pessoas transitam na Grand Place em dia chuvoso, com algumas das casas das guildas ao fundo.


Uma guilda quase sempre possuía um local dedicado para reuniões e outras atividades. Em Bruxelas, as casas, ou salões das guildas, foram agrupadas na Grand Place em prédios que contemporaneamente seriam transformados em museus, restaurantes e lojas.


Foto: Detalhe da Maison des Brasseurs, a guilda dos cervejeiros, na Grand Place de Bruxelas.


Mesmo com a chuva, era uma tarde de sábado e o clima no centro de Bruxelas era de alguma animação. Havia até mesmo grupo apresentando um recital, ambientando o cenário com agradáveis músicas clássicas.


Foto: Um pequeno recital de música se apresentava na Grand Place naquele sábado.


Assim foi nosso passeio pela Grand Place, uma passadinha rápida, como seria toda nossa estadia em Bruxelas.

Ainda que o clima não colaborasse, lembro que aquele estava sendo um bom dia. Realmente, foi um dos melhores.


Foto: Um beijo na chuva, na Grand Place de Bruxelas.


Para Saber Mais



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Todas as fotos e vídeos, exceto quando creditados, foram registrados por Herbert Mattei de Borba e Luciana Martins durante a viagem relatada.
O objetivo desta publicação é resgatar e preservar as memórias dessa viagem.
Publicado pela primeira vez em 09 de Julho de 2021
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